Tecnologia e inteligência artificial: o que vai mudar no futuro da advocacia?

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Categories: Direito Civil

O filme “De volta para o futuro II”, lançado em 1989, imaginou o que seria o futuro em 21 de outubro de 2015. No cenário projetado pelo longa, o protagonista Marty McFly encontrou carros que voavam, comidas que eram reidratadas em máquinas, roupas que se ajustavam ao corpo e drones que faziam funções como passear com os cachorros. Os erros de futurologia cometidos pela obra mostram apenas o quanto é difícil falar em previsões e como isso vale para qualquer seara – o “futuro” visitado pelo personagem de Michael J. Fox sequer cogitava a existência da internet, por exemplo. Para qualquer profissional do direito, contudo, pensar no futuro é uma questão premente. Graças ao advento de aspectos como a inteligência artificial, os próximos passos no segmento jurídico podem causar uma revolução tão drástica na função que um olhar para isso é mais preparatório do que analítico.

Segundo a McKinsey Global Institute, hoje já é possível automatizar pelo menos 25% do trabalho de qualquer advogado. Além disso, a tecnologia consegue reduzir em mais de 13% as horas de trabalho de profissionais no segmento jurídico. Nos dois casos, o impacto tende a ser maior nos próximos anos.

O estudo realizado pela consultoria sugere que essas inovações vão mudar em pouco tempo as características demandadas de profissionais no setor. A perspectiva é que advogados trabalhem em funções mais estratégicas e na interpretação de fatos, enquanto ações repetitivas e mecânicas sejam automatizadas com uso de deep learning.

A inteligência artificial, por meio da análise profunda sobre os documentos processuais, gera estatísticas para elaboração de defesa, negociação de acordos e gestão de contingenciamento, levando em consideração decisões anteriores em casos semelhantes. Os computadores de hoje já estão habilitados a vasculhar o ordenamento jurídico e a jurisprudência a fim de levantar possibilidades em cada caso.

Inteligência artificial pode assumir funções administrativas e repetitivas no cotidiano dos advogados
Crédito: Unsplash

O que a inteligência artificial já consegue automatizar

Diversas ações que fazem parte do cotidiano de um profissional do segmento jurídico já poderiam ser automatizadas. Robôs conseguem oferecer teses de defesa, peticionar e protocolar petições iniciais, por exemplo. Além disso, podem assumir funções administrativas como controle financeiro e gestão de carteira de clientes.

O processo de automação robótica de processos é conhecido pela sigla RPA, algo que ainda é mais comum em grandes escritórios. A automação é usada para ações como:

Cadastro de processos em lotes;
Controle de prazos;
Protocolo de petições;
Geração e pagamento de guias

O que é uma lawtech e quais são as principais empresas do setor?

Lawtech é um termo em inglês para designar empresas de tecnologia jurídica. O verbete é mais comum em startups e também pode aparecer como legaltech.

Um exemplo é a Justto, uma câmara online de arbitragem. A plataforma opera em formato SaaS – o cliente paga uma assinatura mensal e pode programar seu próprio robô.

Outro exemplo é a LDSoft, automação de controles que integra propriedade intelectual, jurídico contencioso e outros sistemas que são chave.

Ainda em contencioso, a Finch Soluções é uma empresa que tenta realizar atividades não privativas de advogados.

Advogados podem ganhar tempo com uso de inteligência artificial, e isso mudará o tipo de demanda da profissão
Crédito: Unsplash

E o futuro do advogado, como fica?

A próxima etapa para o uso de RPA no ambiente jurídico é a customização. Todo o trabalho que hoje é alicerçado nas demandas da área pode ser adequado às características de cada escritório ou cliente, por exemplo.

Portanto, há dois aspectos em que a participação humana é indispensável: a definição de prioridades e a criação de saídas que não sejam baseadas apenas em repetição. A RPA tem como premissa a busca de padrões para tentar antecipar comportamentos / tendências, mas não é capaz de encontrar artifícios que ainda não tenham sido utilizados.

Consultor
Marcus Vinicius Tatagiba

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